A ESCOLA DE SAMBA GIRASSOL

A ESCOLA DE SAMBA GIRASSOL

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Girassol foi fundado em 04/07/1982, por José Mário Araújo, Ademir José de Souza, Inácio Abreu, José Luiz Bassi, Domingos Ventura Adário, Edgar Pereira e José Magno Nery. Posteriormente, tiveram a importante colaboração de Napoleão, Altivo Berg, João Bosco Alvim e do velho Jeromim. Registrado no Cartório de Títulos e Documentos da Comarca de São João del Rei, no livro A-2, às fls. 250, sob o nº 522, datado de 19/09/1985, e publicado no Jornal Minas Gerais de 08/08/1985. Teve seus estatutos registrados no livro A-2, às fls. 250, sob o nº 521, datado de 19/09/1985. Foi reconhecido de utilidade pública pela Lei Municipal nº 2.194 de 19/09/1985.
            A Escola de Samba Girassol desfilou pela primeira vez, no carnaval de 1983, com o enredo “OURO É O QUE VALE OURO”, baseado na obra da literatura infantil de F. Acquarone: “O Gigante Brasil e Seus Tesouros”. A história conta que: num acampamento de escoteiros, três garotos conversavam animadamente ao redor de uma fogueira e de repente surge a figura de um enorme índio, com semblante atraente, que dizia chamar-se BRASIL e possuir muitas riquezas.
            No carnaval de 1984, o tema foi “A DIVINA ARTE DE TALMA NOS PALCOS DAQUI”. A arte teatral é conhecida também como a ARTE DE TALMA, porque Talma foi a primeira grande personalidade na arte cênica quando o teatro começava a se desenvolver na antiguidade.
            Do mesmo modo, São João del Rei pode se ufanar de ter sido o berço das artes em geral nessas Minas Gerais, pois, em 1782, nos registros da municipalidade, já se fazia referência à Casa da Ópera, inaugurada não se sabe quando.
            Assim, a Escola de Samba Girassol de Matosinhos levou para o palco do nosso carnaval o que há de mais marcante ocorrido em mais de dois séculos, um tributo a todos que, de uma forma ou de outra, no amadorismo e até mesmo no anonimato, só fizeram engrandecer a querida São João del Rei.
            O objetivo é destacar coisas daqui de nossa terra, tentar fazer despertar, principalmente nas crianças, o gosto pelas artes para que Del Rei continue sendo reduto de artistas. Houve apresentação em quatro fases distintas:
            1 - Casa da Ópera até a construção do Teatro Municipal
            2 - Clube Teatral Artur Azevedo
            3 - Tunis - Teatro Universitário São-joanense
            4 - Apoteose aos artistas de teatro são-joanense

PRIMEIRA PARTE:
A Casa da Ópera, primeiro local para apresentações artísticas, situava-se, descendo o Lenheiro, à margem direita perto da ponte do Rosário. O primeiro espetáculo montado por amadores foi a tragédia de INEZ DE CASTRO, aquela que foi rainha depois de morta. Nos fins do século XIX, foi construído o Teatro Municipal, através de um empréstimo particular subscrito por são-joanenses amantes de teatro. Após diversas reformas, esse teatro vem sendo utilizado até hoje e é nossa principal casa de espetáculos. Havia o salão de Festas do Hotel Oeste, perto do Teatro Municipal, onde se promoviam sempre saraus com programações variadas, desde música erudita até números de mágicas. Era ponto de encontro, pois todos se dirigiam para lá, já que os artistas de fora se hospedavam ali. A chegada de companhias teatrais na Estrada de Ferro Oeste de Minas era uma festa, banda de música, flores e meninas-moças. Um vai-e-vem incessante

SEGUNDA PARTE:
É fundado o Clube Teatral Artur Azevedo por um grupo de meninos, corporação tradicional responsável por lindos espetáculos. Comédias, revistas e dramas. Eram as revistas Tim Tim por Tim Tim, The Gold Of Brugudum (O ouro do Brugudum), São João del Rei Musicada, Falada e Sincronizada, montagem magnífica dos casos e tipos daquela época. Mas foi, talvez, o drama A Morgadinha de Val-Flor a peça que mais vezes foi encenada. Tinha sempre a lotação esgotada, e a platéia se comovia muito, já que eram exploradas as diferenças sociais

TERCEIRA PARTE:
Jovens com passagem pelo Clube Artur Azevedo começam a criar grupos artísticos como Os Jograis, Grêmio Teatral da Escola Tiradentes e, finalmente, o TUNIS - Teatro Universitário São-joanense que, partindo de um firme ideal, vai triunfando e glórias acumulando. Primeiro lugar no Festival Brasileiro de Teatro Universitário com a peça Morte e Vida Severina. Temporada de sucesso com Tunis Conta Zumbi, peça mostrando a luta de escravos para terem também um lugar ao sol, tudo com raízes da autêntica cultura negra

QUARTA PARTE:
A Arte de TALMA é imortal, o aplauso final é o coroamento do artista. Isto que o impele para frente. Não se pode parar porque o espírito tem sede de tudo. Aprender, conhecer e principalmente ensinar. São estrelas que não se apagam e brilham para sempre na memória de todos. Quando se está representando, vai-se deixando o estado d’alma. A cada instante são transmitidas a espiritualidade e graça de sua marcada sensibilidade

No carnaval de 1985, com “O OUTRO LADO DO SEGREDO”, a Girassol foi buscar seu enredo na tradição popular que, sem base histórica, acaba se tornando lenda. É um caso contado de pai para filho, de boca em boca, e assim chegou aos dias atuais. Fala de uma jovem escrava que outrora abalou as bases de uma sólida e opulenta família em São João del Rei. Rogério, senhor rico e dono de muitos escravos, logo se viu envolvido pelos encantos e meiguice de Julieta, a nova escrava. Com Dona Jacinta, esposa dele, deu-se ao contrário e, moída de ciúmes, procurou desfazer-se da escrava. Não conseguiu, já que o marido não permitiu. Aparentemente, a esposa mudou de atitude sendo mais atenciosa com o marido como se competisse com Julieta. No aniversário dele, fez um picadinho de coração, temperado como ele gostava, e ele comeu como nunca. Sim, era o coração da escrava predileta de seu marido. Tudo fora feito juntamente com o Bento, encarregado da escravaria. Foi num matagal próximo, peito aberto ainda viva e palpitando, o coração foi retirado. Os outros escravos viram quando os três foram para o matagal e somente Julieta não voltou. Indagado, Bento disse que era segredo e pagaria com a vida se contasse a verdade. Os escravos então passaram a se referir ao local como o “Segredo” e o nome até hoje se conserva.
            Tudo leva a crer que o motivo do crime poderia ter sido outro. A verdade poderia estar ainda envolta em espessas nuvens. Escravo era considerado utensílio, peça integrante do patrimônio familiar e por isso mesmo era comum o envolvimento entre o “Sinhô” e escravas. A sociedade aceitava este comportamento e isto só não seria motivo suficiente para o crime. É de se imaginar que a bela mulatinha estaria conseguindo regalias e privilégios para si e conseqüentemente para toda a escravaria. Estaria assim se tornando um mau exemplo e por que não um incentivo à inversão da ordem estabelecida a favor da manutenção da escravatura. O Congado, que pouco a pouco entrou para o folclore brasileiro, era uma festa dos escravos para lembrar a luta da Raínha Cinga e seus guerreiros contra a invasão portuguesa na África que era chamada pelos negros de Aruandá. Era uma maneira de não perderem o ideal de libertação. Bem que a jovem escrava já poderia ter representado esta rainha nesta festa. Talvez o “Sinhô” da casa grande já estivesse freqüentando a senzala, interessando-se pelos rituais religiosos, costumes e tradições dos negros, aprendendo que Obatalá é um Deus na religião dos negros. Quem sabe até mesmo incentivando tudo a respeito da arte negra como tapeçaria, rendas e artesanato em metais. Pode-se imaginar que a “sinhá” fora induzida inocentemente por outros a eliminar aquela ameaça como se sua família pudesse ser desfeita. Afinal, havia uma resistência muito grande contra a libertação dos negros. A idéia poderia ter vindo com aqueles que prá cá vinham atraídos pela mineração, pelo movimento musical e cultural. Enfim, pode ser que este seja o grande segredo da eliminação daquela que talvez tenha escolhido o amor, o bem-querer como arma para ajudar seu sofrido povo nagô.
            No carnaval de 1986, o tema foi “TUXAUÁ CONTA O NASCIMENTO DO RIO AMAZONAS”. Também tem por base uma lenda: Diz-se que há muitos anos atrás, a Lua era noiva do Sol, que com ela queria casar-se. Embora fosse ardente o amor entre eles, havia uma impossibilidade nessa união: o amor ardente do Sol queimaria o mundo, e a Lua, mesmo que tentando apagar com suas lágrimas, não conseguiria, pois estas seriam evaporadas. Por isso, não puderam se casar. A separação trouxe tanta mágoa à Lua, que esta chorou convulsivamente, dia e noite, e suas lágrimas correram por sobre a terra até o mar. Foram as lágrimas da Lua que deram origem ao Rio Amazonas. A Escola de Samba Girassol explorou, através desta lenda: a Fauna, a Flora e os costumes da Amazônia.
            Não houve desfile de Escolas de Samba no centro da cidade em 1987, porque o prefeito municipal alegou falta de verba, assim a Escola de Samba Girassol desfilou, apenas no bairro de Matosinhos, Avenida Josué de Queiroz, com o Enredo “O DRAGÃO DA INFLAÇÃO”, de autoria de Ademir de Souza. Infelizmente o samba-enredo deste ano se perdeu já que, não foram impressos folhetos.
            No carnaval de 1988, a Escola de Samba Girassol apresentou o seu enredo objetivando lançar um brado de alerta.  A escola tentou com isso atingir a sensibilidade de todos, fazendo com que nossa advertência não seja em vão e que cada bicho-homem pense e reflita sobre este nosso recado: “Cuide da natureza antes que seja tarde demais”. A denominação do enredo foi: “CADÊ A NATUREZA QUE TAVA AQUI?”
            Joaquim Zito de Souza, de saudossísima memória, tem destaque neste enredo. Foi uma figura bastante conhecida em toda São João del Rei, principalmente no bairro de Matosinhos, onde sempre residiu, deixando conhecidos descendentes. Com suas frases de efeito, marcava sempre sua presença; era mestre em arranjar um provérbio oportuno para as mais variadas ocasiões. Apesar de exímio “caçador de onças”, posicionava-se contrário a tudo que afetasse a ecologia. Eis, portanto, a razão da homenagem a essa figura querida do bairro.
            No carnaval de 1989 o tema foi “CENTENÁRIO DA IMIGRAÇÃO ITALIANA”. Em meados do século XIX, a Itália recém-liberta tinha terríveis problemas sócio-econômicos e o desentrosamento entre suas regiões era marcante.
            O Governo Italiano, após 1870, tentou promover o comércio e a indústria, mas a Itália, com seus trinta milhões de habitantes, era bastante pobre e a produção nacional presa somente às raízes agrícolas. O número de pessoas que viviam em dificuldades era tão grande que a necessidade de emigração tornou-se vital. No Brasil, a falta de mão-de-obra tornara-se agudo, principalmente depois da abolição do tráfego de escravos, em 1850. A abolição da escravatura em 1888 motivou a vinda dos italianos para ao Brasil. Em São João del Rei, os primeiros colonos foram instalados na região da Colônia do Marçal.
            No carnaval de 1990, o tema foi “CARNAVAL DOS CARNAVAIS” com base no roteiro: Palhaços, Pierrôs e Colombinas. A Girassol desceu a avenida mostrando o antigo carnaval, o carnaval dos mascarados, dos lança-perfumes, confetes e serpentinas.
            Este ano não mostrou apenas o Rosa e Branco, coloriu a avenida, homenageando o vermelho e branco do bloco carnavalesco Cordão Encarnado, o preto e branco da Escola de Samba Papillon, o azul e branco da Unidos do Bonfim e sem deixar de falar do coração verde e branco do bloco Bem-Me-Quer.
            Batalhas de confetes e serpentinas e dos bailes de máscaras, mostrando também o coreto do início da avenida, o Taco de Ouro (casa de jogos de bilhar) e a União Sírio Libanês (casa de danças) que hoje já não existem mais, mas que trazem grandes recordações aos são-joanenses.
            No carnaval de 1991, o tema foi “ALÉM DO HORIZONTE”, que com um romantismo especial detacava a beleza e a pureza da natureza: “É grande o folclore que se cria com o belo Arco-Íris, inspirador para todas as imaginações, cruzando o horizonte perdido, mas diante de nossa visão. Ali, onde o sol se esconde, para a lua poder nascer, atrás de um morro que alimentado de seus raios luminosos faz crescer o mais belo jardim de Girassóis. Estes voltados para a colorida auréola do mundo, o Arco-Íris que marca grandiosamente a passagem para a fonte da juventude. Um delicioso paraíso que só se vê com o coração, espalhando para o mundo as cores da emoção. Mas a estória não pára por aqui, porque é grande a inspiração. Só cruzando um Arco-íris nos trará a solução. Lá, o mundo é diferente, parece de algodão, todo mundo é soberano apenas por satisfação. Suas casas são palácios com lustres de cristal, e os tapetes são macios como a nuvem lá no céu. As crianças são felizes como estrelas brilhando na imensidão: rodam, brincam e sonham. Não conhecem o bicho-papão. As moças como flores, cada uma especial, se você quer Amor-Perfeito, é só colher no quintal.”
            No carnaval de 1992, o tema foi “ENREDO: TUTTI FRUTI NACIONAL”. O Brasil é um país rico em folclore e neste ano a Escola de Samba Girassol levou para a avenida um pouco dele. Sim, um pouco porque muito se poderia mostrar dessas riquezas, mas, por “motivos contrários aos nossos anseios”, limitou-se a retratar neste teatro carnavalesco o que considerou essencial para a melhor assimilação deste show. Os desfiles contaram um pouco de cada região, cada qual com seu costume e folclore.
            No carnaval de 1997, de uma forma inédita até então, a Diretoria da Girassol abriu concurso para escolha do Enredo 97, que realizou-se no dia 31/11/96, no Bar Quintal Del Rei, localizado na Avenida Sete de Setembro, em Matosinhos. Foram apresentados três temas:

  1. Thotitan - De tomé Portes a Tancredo Neves. Autoria de José Cláudio Henriques.
  2. Em Busca da Identidade Perdida, Matosinhos de Ontem, Presente na Memória e no carnaval de Hoje. Autoria de Luthero Castorino.
  3. Maria Angélica de Sá Meneses, a Formosura de Matosinhos. Autoria de José Cláudio Henriques.

Por decisão unanime foi escolhido o tema-enredo “THOTITAN”. Por acreditar que São João del Rei sempre contribuiu com grandes personalidades para a formação do Brasil e pelo fato de eles não serem lembrados para a maior festa do povo brasileiro, o carnaval. “THOTITAN” presta uma homenagem a três grandes imortais são-joanenses, que coincidentemente tem a primeira letra de seus nomes começando com a mesma latra: Tiradentes e Tancredo, ambos faleceram no mesmo dia, 21 de abril, e Tomé Portes, apesar de nascer Taubateano (SP), foi o fundador de São João del Rei. Tiradentes lutou pela nossa liberdade, através da Inconfidência Mineira, e é intitulado hoje o mártir do Brasil. Tancredo Neves lutou por uma nova república a ponto de ser eleito Presidente do Brasil. O tema foi apresentado em três partes, assim distribuídas:

A) CHEGADA DE TOMÉ PORTES: Em 1701, o bravo bandeirante chegou na região do bairro de Matosinhos e se instalou na localidade da atual Ponte do Porto, elegantemente chamada de Porto Real da Passagem, já que era caminho controlado por concessão real. Ali, ele criou o primeiro povoado da região e por isso é tido como o fundador da cidade de São João del Rei.
B) A LUTA DE TIRADENTES PELA NOSSA LIBERDADE: A Inconfidência Mineira, cujos principais objetivos eram livrar nossos conterrâneos do pagamento de elevados impostos a favor da coroa portuguesa e tornar nosso país independente de Portugal, teve um mártir que se chamou Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Tiradentes foi o primeiro dos Inconfidentes a ser preso por ser o homem de frente do movimento que começou em 1789 e teve seu ponto mais trágico no dia 21 de abril de 1792, com o enforcamento e morte na cidade do Rio de Janeiro. Trinta e três anos após, um dos ideais dos Inconfidentes, que era a libertação do Brasil de Portugal, foi atendido, exatamente por um grande português, Dom Pedro I (intitulado como Dom Pedro IV em Portugal), que deu o grito de independência ou morte.
C) A NOVA REPÚBLICA DE TANCREDO NEVES: Doutor Tancredo de Almeida Neves, homem de rara inteligência, lealdade e coerência, articulista de mão cheia, passou todo o tempo do regime militar lutando pela democracia. Homem que experimentou todos os cargos políticos da nação e mais o de Primeiro Ministro do regime parlamentar. Foi Ministro da Justiça no governo Getúlio Vargas, gorvernador e senador por Minas Gerais, deputado federal por várias legislaturas e além de tudo era muito querido e respeitado pelos homens públicos do Brasil. Seu ideal era criar uma república soberana, respeitada, sem corrupção e impunidade. Morreu no mesmo dia e mês do seu conterrâneo Tiradentes, pronunciando o nome de São João del Rei, sem ter conseguido tomar posse no cargo de Presidente da República Federativa do Brasil

            No carnaval 2000, o tema-enredo foi: “EM BUSCA DA IDENTIDADE PERDIDA”. O GRES Girassol apresentou o passado, o presente e o futuro do bairro de Matosinhos. Representando o passado levou como abre-alas, o carro alegórico com o Pavilhão de Matosinhos. Estiveram também na avenida, a ala de índios e africanos, que participaram da história do bairro de Matosinhos, a ala do “Capão da Traição”, relembrando a Guerra dos Emboabas, a qual tem história também em Matosinhos, a ala Área Verde, para confrontar com o que os invasores e destruidores fizeram com o bairro de Matosinhos, relembrando assim a identidade perdida. A bateria relembrou a fama do Jubileu de Bom Jesus de Matosinhos e logo a seguir, também estava presente a ala do Divino.
            Também em 1881, inaugurava-se a Estrada de Ferro Oeste de Minas, cujo ramal vinha de Antônio Carlos, passando por Matosinhos, onde foi construída a estação de Chagas Dória. É disto que se tratou o segundo carro alegórico: a Deusa Ceres, a Maria Fumaça e a estação de Chagas Dória. Atrás desse carro, vinha a ala do Piuí. As baianas apresentaram a fartura, a dança e crenças. Com a evolução do bairro, Matosinhos contribuiu em muito com o desenvolvimento econômico da cidade, principalmente através do comércio: daí, a ala do Comércio. A educação também foi lembrada, representada por todas as escolas que buscam, através do ensino, engrandecer e levar a cultura para a nossa população. O mesmo aconteceu com o esporte: “Se esporte é saúde, nosso bairro está representado por vários clubes.”
            Tudo isso não poderia ser mostrado, se não tivessem existido os primeiros carnavalescos do bairro, através do bloco Aldeia Africana, da Vila Santa Terezinha e o bloco carnavalesco Chagas Dória. Para fechar o desfile, o terceiro carro alegórico, representava o futuro.
            No carnaval 2001, o Tema-enredo foi: “ÁGUA, OURO DO 3º MILÊNIO”. A princípio, a escola buscava salientar para a conscientização do problema, que é a escassez da água potável em todo mundo.   Para isso retratou a riqueza dos nossos rios, mananciais e as belezas da nossa fauna e flora, revelando espécimes em extinção como: arara azul, boto cor de rosa e outros.
            O enredo da Girassol para 2001, também propunha um resgate das tradições regionais, bem como, suas crenças, religiosidade e lendas que enriquecem a nossa cultura. Enfim, a Girassol ilustrou e mostrou a importância da ecologia e do meio ambiente e propondo algumas soluções: despoluição dos rios e lagos, melhoria dos sistemas de abastecimento e saneamento básico, organização do ciclo natural de reposição das águas nos mananciais, evitar abertura indiscriminada de poços, levando ao declínio de aqüíferos, ao tirar mais do que sua capacidade de recomposição, não permitir desmatamentos, pois esses dificultam infiltração e recarga dos lençóis freáticos, que alimentam rios, nascentes e reservas subterrâneas, tratamento de esgotos residenciais e industriais, para reutilização, e manter as matas ciliares, evitando assoreamento dos rios.
            Para breve registro, no ano de 2000, foi fundada em Matosinhos, a Escola de Samba Arco Íris, que já no seu primeiro desfile oficial, no carnaval de 2003, fez um excelente desfile, e, como estreante, sobrepujou sua concorrente, a Escola de Samba Rubro-Negro, e obteve o 1º lugar como estreante, classificando-se para disputar entre as escolas do primeiro grupo para o carnaval de 2004.
            Para poematizar os enredos, todas as letras dos sambas-enredo e diretorias da Girassol, estão no Anexo X

MEMÓRIAS DO CARNAVAL SÃO-JOANENSE

            Não há como negar que as festas de momo vieram das grandes festas de igreja, tais como festa do Divino, folia de reis, congado, maculelê etc. As cavalhadas, que representam a luta medieval entre mouros e cristãos, entronadas nas festas de igreja até o século passado, são até hoje festejadas nos carnavais das cidades de Bonfim (MG), Amarantina (Distrito de Ouro Preto - MG), Caeté (MG) e Pirenópolis (GO).
            Segundo Ângelo Oswaldo, historiador e ex-prefeito de Ouro Preto, foi no ano de 1865 que o Zé Pereira chegou a Minas. O Zé Pereira era um homem fantasiado que a toque de caixas saía antes dos dias de carnaval e era acompanhado pela multidão em frenéticas algazarras. Do Zé Pereira surgiram os blocos carnavalescos aqui em São João. Em Matosinhos, José Rodrigues lembra muito bem e até canta o primeiro samba, segundo ele que foi composto para o Bloco Carnavalesco “Aldeia Africana”, cujo líder era o Zé da Igreijinha, nascido no Alto do São Geraldo e que veio morar na Vila Santa Terezinha nos primórdios dos anos 40. Atualmente, os mais tradicionais blocos são: a “Lesma-Lerda”, cuja concentração e ponto de partida ocorrem na Avenida Oito de Dezembro, na quarta-feira antecedente aos dias de carnaval; bloco das “Domésticas”, de concentração na Rodoviária Velha; na quinta-feira; “Pão-Molhado” do Tejuco e “Copo-Sujo” do Bonfim, que saem na sexta-feira. No sábado de carnaval, amanhecendo, sai o famoso bloco da “Alvorada”, cuja maioria dos participantes saem de pijama a partir das seis horas da manhã e, durante o dia de segunda-feira de carnaval sai o bloco “Vamos a la Playa”, que usa o gramado do córrego do Lenheiro defronte ao Hotel Ponte Real como área de diversão. A partir do ano de 2002 foram criados diversos outros blocos carnavalescos, que hoje fazem do carnaval de São João del Rei, um carnaval de 12 dias, ou seja, começa numa sexta-feira anterior à sexta-feira de carnaval e vai até a quarta-feira de cinzas.
            O Sr. Mário Gallo, mais conhecido como Tito Gallo, nascido em São João em 06/08/1922, nas proximidades da Praça Raul Soares, lembra muito bem das antigas sociedades e ranchos carnavalescos da década de 1930, sendo que alguns antecediam a esta data como o “Clube X” que era o mais chique, onde saía a fina sociedade são-joanense. Seus diretores eram o comerciante Carlos Guedes, José Belini dos Santos, Dermeval Sena, José Viegas e Major Américo Santos. Seu reduto era a Rua Santo Antônio. Da antiga Prainha, hoje Rodoviária Velha, saíam o “Boi-Gordo”, da família Diláscio, e o “Custa mais Vai”, que posteriormente foi encampado pelo Ginêgo do Tejuco. Tinha também o “Clube dos Quarenta”, comandado pelo Álvaro de Souza, e o rancho “Prazer das Morenas”, dirigido pelo Eduardo Câncio e Zé da Igrejinha. Naquela época, oficiais e praças se misturavam no animado carnaval, sendo que o 51º Batalhão de Caçadores, atual 11ºBIMth, emprestava belos cavalos que desfilavam como abre alas e comissão de frente das agremiações. Os salões de clubes eram muito freqüentados, destacando-se o Athletic, Minas, Sírio e Libanês e salão da Associação Comercial, incluindo sempre a presença do presidente da república Dr. Tancredo Neves e seu maior amigo Belizário Leite. O fim de noite ou o amanhecer era no Café República, o tradicional cabaré da cidade que ficava perto do Posto Strefeze. Ficavam movimentados também vários bares e principalmente o Café Ideal, onde hoje é a Loja Panamericana, na Rua Artur Bernardes, e Café Rio de Janeiro, na esquina de Artur Bernardes com Av. Tancredo Neves. O corso carnavalesco não faltava durante o dia. Eram filas de automóveis como os famosos “Ford29”, de capota abaixada, jogando confetes, serpentinas e limões ocos de cera cheios de água perfumada.
            A nova era das Escolas de Samba em São João del Rei teve início no ano de 1956 e seu precursor foi Jota Dângelo, médico, jornalista e teatrólogo, que criou a fantástica Escola de Samba “Qualquer Nome Serve”. Depois surgiram a “Falem de Mim” que, juntamente com a Qualquer Nome Serve, eram as preferidas da elite são-joanense. Em seguida apareceram a verde e branca “Largo da Cruz”, comandada pelo Major Titoca, “Imperatriz”, da Rua do Barro, comandada pela família do Papa-Arroz, e “Depois eu Digo”, do Tejuco, comandada pelo Ginêgo. Não podemos esquecer que nesta época desfilava como bloco o sensacional “Bate-Paus”, do Senhor dos Montes, que virou Escola de Samba e até hoje apresenta uma ala folclórica de batedores de paus em evolução.
            Até o ano de 2003, São João possuia onze Escolas de Samba, a saber: “União”, fusão da Qualquer Nome serve com a Escola de Samba do Bonfim; “Girassol” de Matosinhos, “Vem me Ver”, do Tejuco; “Vira-Vira”, do Bela-Vista; “São Geraldo”, do bairro São Geraldo; “Bem me Quer”, da Rua do Barro; “Metralhas”, do largo do Carmo; “Bate-Paus”, do Senhor dos Montes, “Unidos da Ponte” do bairro COHAB, Coração Rubro-Negro, do largo do Carmo e a Escola de Samba, também do bairro de Matosinhos, criada no ano de 2000, “Arco Íris”.    Diversas outras agremiações tiveram vida curta apesar dos esforços heróicos de seus fundadores.
            Lamentavelmente, temos que registrar a infeliz decisão de alguns dissidentes, que abandonaram a Girassol e criaram a Escola de Samba Arco Íris, a prejuízo do Grande Matosinhos, pois, tudo que separa tende a enfraquecer

RELAÇÃO DOS TEMAS-ENREDOS DA ESCOLA DE SAMBA GIRASSOL DESDE SEU PRIMEIRO DESFILE ATÉ 2001

CARNAVAL 1983 - “OURO É O QUE VALE OURO”
LETRA: Ademir e Geraldão
Puxador de Samba: Xexéu

                        Numa noite linda
                        Cheia de recordações
                        Quando um gigante apareceu
                        Com semblante atraente
                        Envolvendo nossos corações
                        Dizia possuir
                        Grandes riquezas
                        De pedras preciosas aos seringais
                        Fibras, Guaraná, Jarina e Juta
                        E o Pomo da Discórdia
                        Descansava em seus mananciais
Sou gigante de tanta beleza,                }BIS
Sou gigante pela própria natureza!
                        A árvore da vida        
                        Que de tudo se faz
                        Com esplendor                       }BIS
                        Nesta terra tão querida
                        Com seu rio de amor

Pomo da Discórdia: Petróleo
Árvore da vida: Carnaubeira (árvore comum do Norte e Nordeste. Tem esse nome naquela região porque dela tudo se aproveita)

 

DIRETORIA
            Presidente: Ademir José da Souza
            Vice-Presidente: José Magno Neri
            1º Secretário: João Bosco Alvim
            2º Secretário: Kleber Pereira
            1º Tesoureiro: José Luiz Bassi
            2º Tesoureiro: Edgar Pereira
            Relações Públicas: José Mário Araújo

 

CARNAVAL 1984 - A DIVINA ARTE DE TALMA NOS PALCOS DAQUI
ENREDO e LETRA: Mauri de Souza
Puxador de Samba: Xexéu

            Nossa terra foi o berço
            Do teatro em Minas Gerais
            Naquele tempo, oi,
            Na Casa da Ópera
            Com sucesso foi levada

                        O campo fértil fez aparecer
                        O Teatro Municipal
                        E o Clube Artur Azevedo
                        De meninos, criação genial
                        Essas casas com revistas e dramas
                        Repletas ficavam cheias de esplendor
                        Prá se ver a Morgadinha de Val-Flor
                        Moça rica cujo amor doeu
                        No coração de um plebeu

            Eu sou o ponto                      
            Pode deixar
            Preste atenção na deixa                      }BIS               
            Que o outro vai parar

                        E hoje
                        Hoje o teatro está vivo
                        Sempre com gente daqui
                        É Morte e Vida Severina
                        É Tunis conta Zumbi

            Glória aos atores e atrizes
            Que na Arte de Talma
            Nos fazem tão felizes
            São astros, são estrelas                       }BIS
            Sensíveis sem par

                        É Zumbi na noite        }BIS                                       
                        Hei, Hei. É Zumbi

DIRETORIA

            Presidente: José Magno Nery
            Vice-Presidente: José Luiz bassi
            Secretário: João Bosco Alvim
            Tesoureiro: Domingos Ventura Adário
            Rel. Públicas: José Mário de Araújo

 

CARNAVAL 1985 - O OUTRO LADO DO SEGREDO
Autores: Ademir, Mauri e Marcelo
Puxador: Xexéu
Cavaquinho: Fernando

            Ayê, ayê, meu Obatalá
            Venho pedir licença
            Pois assim é nossa crença
            Eu quero revelar
            O verdadeiro Segredo
            Que sempre cativou
            E às vezes intrigou
            Este meu lugar
            Lá. Lá. Laiá. Lá. Lá..

                        Obá mandou contar para vocês
                        Que o Segredo se desfez
                        Não foi amor
                        E sim o embrião
                        De uma possível libertação

            Pelos costumes da escravaria
            O sinhô se apaixonaria
            E eu Cinga, Rainha do Congado         }BIS
            Faria forte meu reinado
            Era a mudança fatal

                        E deste Segredo
                        Nasceu este enredo
                        Sou a figura principal
                        Da Girassol no Carnaval
           
            Ôôôô Aruandá                                    }BIS
            Mulata, Obá, Nagô, Ogum Magê
            Meu coração é de você

 

DIRETORIA

            Presidete: José Magno Nery
            Vice-Presidente: José Luiz Bassi
            Secretário: João Bosco Alvim
            Tesoureiro: Domingos Ventura Adário
            Rel. Públicas: José Mário de Araújo

 

CARNAVAL 1986 - TUXAUÁ CONTA O NASCIMENTO DO RIO AMAZONAS
Autores: Marcelo Álvaro e Ademir
Puxador do Samba: Xexéu

            Como surgiu o Amazonas
            A nossa Escola vem mostrar
            É um rio imenso, tão extenso
            Que é chamado de Rio-Mar

            Na misteriosa Amazônia
            Um dia disse o Tuxauá
            Que há muitos anos atrás
            O Sol era noivo da Lua

                        Vem cá meu bem                   
                        Vem meu amor                       } BIS
                        Viver não posso
                        Sem o teu calor

            Mas aquela união
            Jamais poderia acontecer
            É que o amor do Astro-Rei     }BIS
            Iria o mundo derreter 
            A Lua chorou... Chorou...
            Do céu desceu o pranto seu
            O chão então se encharcou
            E vejam o que aconteceu
            O Amazonas nasceu
                        Vou beber Caxiri       
                        Comer carne de Moquém       }BIS
                        Olha aí o meu Cauim
                        Prá você beber também

Tuxauá: (Do Tu’xawa) morubixaba-chefe político.
Caxiri: Cachaça obtida com a fermentação da mandioca.
Cauim: Espécie de bebida preparada com a mandioca cozida e fermentada (os indígenas preparavam-na primitivamente com caju e outras frutas).
Moquém: Grelha de varas para assar ou secar a carne ou peixe

DIRETORIA:           
            Presidente: José Magno Nery
            Vice: José Luiz Bassi
            Tesoureiro: Domingos Ventura Adário
            Secretário: Antônio Reis da Paixão
            2º Secret.: Edgar Pereira
            Diretor de Carnaval: Ademir José de Souza
            Diretor de Harmonia: Nilton Sales Borges
            Diretor de Alegorias: Inácio Abreu
            Relações Públicas: Benedito Enéias Morais
            Mestre de Bateria: Gildo
            Barracão: Adair Freitas, Adair Souza, Napoleão, Carias e Altivo

 

CARNAVAL 1988 - CADÊ A NATUREZA QUE TAVA AQUI?
LETRA: Autores: Ademir e Marcelo
Puxador: Xexéu

            Vamos nessa bronca, moçada,
            A Girassol vem bronquear.
            É que estão matando a natureza
            E, com certeza,
            O homem também vai se lascar.
            Há poluição em todo lado,
            Coitado do mundo,
            Um deserto vai virar

                        Cadê a mata que tava aqui?
                        O fogo comeu...
                        Cadê o rio que tava ali?
                        Desapareceu..

 

            Dizia Joaquim Zito
            Um provérbio mais que popular:
            “Quando a cabeça não pensa, seu doutor,
            O corpo é que vai pagar”.
            Cuidado, ó bicho-homem,
            Não se esqueça da ecologia;
            Não faça as crianças de palhaço.
            Mas isto minha avó também dizia:

                        “Jacaré vai virar bolsa,
                        Cobra vai virar sapato,
                        Pinheiro vai ser palito
                        E vão botar fogo no mato”

            Mas que fumacê, o lê lê...
            Mas que fumaça, o lá lá...       } BIS
            Abra o olho, malandro,
            Pra carcaça não pifar

DIRETORIA:
            Presidente: José Mário de Araújo
            Vice-Presidente: José Luiz Bassi
            Tesoureiro: Domingos Ventura Adário
            Secretário: Inácio de abreu
            Diretor de Carnaval: Ademir José de Souza
            Diretor de Patrimônio: Edgar Pereira

CARNAVAL 1989 - CENTENÁRIO DA IMIGRAÇÃO ITALIANA
Letra: Altair Guimarães e Luiz Guedes (Cuim)
Música: Nilton Zeferino
Puxador: Xexéu

            Eis aí a Girassol
            Trazendo como tema este ano,                       } BIS
            Uma simples e singela homenagem
            ao bravo imigrante Italiano.
                        Navegando,
                        Por sobre águas turbulentas.
                        Viajando
                        na ânsia de um sonho a se realizar
                        Na mente e no peito a certeza
                        De um dia ser feliz,
                        No solo deste imenso País.
            Oh! Que saudade
            Da Pátria amada que ficou
            Da polenta e do vinho,                                   }BIS
            Do Nono e da Nona
            Oh! Quanto carinho.
                        São 100 anos que carrego a lembrança
                        Buscando na esperança, nova vida
                        E nesta vida, uma nova esperança.
            Obrigado a essa brava gente
            Da centenária Colônia do Marçal
            Sempre marcando presença em nossas vidas
            E hoje presente em nosso carnaval

DIRETORIA:
            Presidente: José Egídio de Carvalho
            Vice-Presidente: Edgar Pereira
            Tesoureiro: José Luis Bassi
            Secretário: Giovani
            Diretor de carnaval: Inácio de Abreu
            Diretor de Bateria: Domingos Ventura Adário

BARRACÃO:  Coordenador: Jânio Salomão
Auxiliares: Haroldo - Napoleão - Rogério - Juquinha - Luiz Alves (Lobão)

CARNAVAL 1990 - CARNAVAL DOS CARNAVAIS
Autor: Alaor Macedo
Puxador: Xexéu

            Chegou o Carnaval
            Grande festa tradicional
            Na folia do entrudo
            A Girassol canta e vibra de alegria
            O corso que beleza
            Começa o baile, tem Zé Pereira
            As grandes sociedades
            Os mascarados e as fantasias
            Viva o rei momo, salve a bola preta
            Dos ranchos que saudade
            Do lança-perfume e serpentinas
            No coreto, as retretas vespertinas, Taco de Ouro
            O Sírio Libanês me faz lembrar
            Das batalhas de confete
            Que fazia o povo delirar
            Eis apoteose final
            O desfile de gala no teatro municipal
            O frevo evoluindo na avenida
            E as Escolas de Samba
            Ponto alto dos grandes carnavais       

                        Gira sol, roda baianas
                        Deixa o corpo balançar                      BIS
                        Carnaval, é uma ciranda
                        Vamos todos cirandar

           
DIRETORIA:
            Presidente: José Egídio de Carvalho
            Vice-Presidente: José Luiz Bassi
            Tesoureiro: Domingos Ventura Adário
            Secretário: José Magno Nery
            Diretor de Carnaval: Inácio de Abreu
            Diretor de Patrimônio: Edgar Pereira
            Figurinista: Dionísio

 

CARNAVAL 1991 - ALÉM DO HORIZONTE
Letra e música: Lutero Castorino
Puxador: Xexéu

            Sonhei
            Rosa e Branco (rep, rep)                     BIS     
            Verde e amarelo
            Azul Anil
            Laranja e Vermelho
            Com uma viagem encantada
            Era quase madrugada
            Com a Girassol sonhei
Sonhei
Atravessando o horizonte
Tomando banho na fonte
E o Arco-Íris prá guiar

            (Mas olha o sol)
            Do outro lado do Arco-Íris
            Não existe sofrimento
            Todos parecem irmãos (irmãos)
            A criança brinca e pula
            As meninas são as flores
            Frutos da imaginação

(Mas olha a lua)         
Sem girassóis
Castelos de areia
Tapetes mágicos
Lustres de cristal                                 BIS
Mas na avenida
Eu acordei
Dancei, pulei
Para fazer meu Carnaval
(Mas eu sonhei!)..

DIRETORIA
            Presidente: José Magno Nery
            Vice: Inácio de Abreu
            Social: João Bosco Alvim
            Tesoureiro: José Luiz Bassi
            Diretor-Social: Edgar Pereira
            Dir. de Carnaval: Dionísio Giarola
            Dir. de Bateria: Domingos Ventura
            Rel. Públicas: Geraldo José dos Santos
            Dir. Contábil: Antônio Reis da Paixão
            Dir. de Jurídico: Dr. José Egídio de Carvalho
            Dir. de Harmonia: José Luiz Salomão
            Dir. de fantasia: Angélica e Vera

 

CARNAVAL 1992 - TUTTI FRUTI NACIONAL
Letra e música: Lucinho - Puxador: Xexéu

Quem é este criador
Dos costumes e tradições do meu País
Que fez esse Tutti Fruti nacional
É a Girassol no Carnaval

            Viajando por regiões do meu Brasil encontrei
            Lendas, folclores, poemas e histórias
            Que me encantei
            Lá no norte deparei
            Com o frevo e o baião
            Calangueiros, cirandeiros, rendas e cerâmicas
            Da terra de Lampião

Com vinho, churrasco e chimarrão
Nos pampas grande porre eu tomei
Entre artes barrocas, pedras preciosas
Em Minas Gerais eu acordei

            E no Rio de Janeiro
            Do samba e batucada
            Praias, malandros e mulatas
            Com o meu povo assim cantei

Felicidade explode dentro do meu peito
Das belezas e riquezas
Que a minha Escola vem mostrar
Felicidade explode dentro do meu peito
Desta viagem encantada
que hoje eu quero recordar

DIRETORIA :
            Presidente: José Luiz Bassi
            Presidente de Honra: José Magno Nery
            Vice-Presidente: Inácio de Abreu
            Social: João Bosco Alvim
            Vice: José Augusto Pires
            Tesoureiro: Domingos Ventura Adário
            2º Tesoureiro: Edgar Pereira
            Diretor Social: Edson Assunção Gomes
            Diretor de Carnaval: Dionísio Giarola
            Relações Públicas: Rosinaldo de Souza
            Diretor Contábil: Antônio Reis da Paixão
            Diretor Jurídico: Dr. José Egídio de Carvalho
            Figurinista: Inácio Bassi

Obs. De 1993 a 1996 a Escola de Samba Girassol não participou dos desfiles carnavalescos de São João del Rei

CARNAVAL 1997 - THOTITAN.
Letra de José Cláudio Henriques - Música de Jânio Hallak - Interpretação de Xexéu - Mestre de Bateria - Gildo
Gravação: Cavaquinho - Gilmar
Violão: Alberto
Repenique: Zezé
Órgão: Jânio Hallak
Pandeiro: Gildo
Reco-Reco: Zacarias
Surdo: Cristiano
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Márcio e Zilda

Thotitan, Thotitan, Thotitan, Tan… Tan…
Thotitan, Thotitan, Thotitan, Tan… Tan…     }BIS

Chegou a GIRASSOL afinal
apresentando neste carnaval
um enredo mais que coincidente
de três grandes ilustres são-joanenses

É letra “T” de Tomé Portes
de Tancredo e Tiradentes
suas mortes coincidentes
morreram em 21 de abril

Tomé Portes em 1701 aqui chegou
nossa cidade ele criou
foi um bravo bandeirante
que no Porto Real ficou

Tiradentes quis a nossa liberdade
brigou, brigou, brigou...
foi enforcado pela sua majestade
lutou, lutou, lutou..

Tancredo quis a Nova República
e por ela sua vida empenhou
amava tanto sua terra
que suas últimas palavras foram dela

DIRETORIA
            Presidente de Honra: José Magno Nery
            Presidente Executivo: José Cláudio Henriques
            Vice-Presidente: José Egídio de Carvalho
            Tesoureiro: José Rubens Mazziero
            Diretor de Bateria; Domingos Ventura Adário
            Diretor de Carnaval: Nelson Rodrigues
            Diretor de Barracão: Sansley Barbosa
            Diretor de Patrimônio: Jurandir (Didi)
            Diretor de Eventos: Ronaldo Ribeiro
            Carnavalesco: João Bosco

CARNAVAL 2000 - EM BUSCA DA IDENTIDADE PERDIDA
Letra e Música: Zezé e Dora Souza
Puxadores: Alexandre Nonato, Alexandre Eduardo e Ronaldo Broa
Cavaquinho: Nelito

Matosinhos foi o berço da historia
A Girassol traz na memória
E vem cantar nessa avenida
Recordando nossos ancestrais
Que na história são personagens imortais

Tendo um santo padroeiro
Vindo de Portugal
Consagrou o vilarejo
Com benção divinal

A festa do Divino que vinha na bandeira
No Pavilhão a diversão a noite inteira

Lá vem o trem piui, lá vem o trem piui
Não leve embora deixe o nosso trem aqui

Na margens do rio das Mortes
Matosinhos foi palco da Guerra dos Emboabas
Mas isso não impediria o crescimento: quem diria

Com a evolução do bairro na economia, no esporte e educação
Construíram grandes obras
Pro crescimento da nação

No futebol tem os grandes campeões
E o nosso carnaval, com boas recordações

É bom demais o nosso carnaval
Vem cantando Matosinhos minha querida Girassol
Aldeia africana com índias a bailar
No bloco Chagas Dória minha escola fez brilhar

 

DIRETORIA
            Presidente de Honra: José Magno Nery
            Presidente Executivo: Inácio Abreu
            Diretores de Carnaval: Cláudio Rosa e Vera Lúcia
            Diretores de Barracão: Altivo Berg, Paulo Gabiroba e Nelson de Abreu
            Diretora de Eventos: Aparecida Geromin
            Diretor de Bateria: Gilmar Taxinha
            Diretores Jurídicos: Carlos Alberto Nery e José Egídio de Carvalho
            Diretor de Patrimônio: Dirley de Castro Vale
            Secretária: Mariluci Rodrigues
            Relações Públicas: Élson Mariano

CARNAVAL 2001 - ÁGUA, OURO DO 3º MILÊNIO
Letra e música: Geraldo Marcelino

Dos olhos de Rudá
Uma lágrima rolou
Na imensidão das águas
Assim se transformou

Ah! As águas vão rolar (rolar, rolar)
No mar vão desaguar
Lendas, encanto, sedução
É obra da natureza
Um toque de beleza
Fonte de vida e alimentação

Chuva de prata
Deus Tupã abençou
O índio canta de alegria
Pois a terra cultivou

Se molha terra
Num jardim nasce uma flor
É a flor da Girassol
Minha escola, meu amor

Águas que brotam da terra
É fonte de riqueza sem igual
Cachoeiras, cascatas e riachos cortam as matas
O São Francisco e o Pantanal
E o boto cor-de-rosa criou lenda e tradição
Salve o rio e as espécies
Que hoje desaparecem com tanta poluição

DIRETORIA
            Presidente de Honra: José Magno Nery
            Presidente Executivo: Inácio Abreu
            Vice-presidente: Antônio Marcelino de Souza
            Diretores Jurídicos: Carlos Alberto Nery
            Diretor de Patrimônio: Dirley de Castro Vale e José Alves Vieira (Zé 22)
            Diretores de Carnaval: Cláudio Rosa, Nelson Rodrigues e Pedro Farnezzi
            Diretores de Barracão: Altivo Berg, Paulo Gabiroba e Nelson de Abreu
            Diretora de Eventos: Aparecida Geromin, Lúcia Rodrigues, Antônio Marcos Nascimento e Marly Rodrigues
            Diretor de Bateria: Gilmar Geraldo de Assis (Taxinha)
            Secretária: Mariluci Rodrigues
            Relações Públicas: Ronald Bauer Assunção
            Carnavalesco: Inácio Bassi

NB: Os temas-enredos e as sinopses aqui apresentadas são do arquivo de Marcos Flávio Alvim, a quem muito agradecemos pelo empréstimo e pelo zelo da guarda dos panfletos anuais, demonstrando sua grande paixão pela Escola de Samba Girassol

VOLTAR AO INICIO